O propósito deste trabalho é apresentar uma reflexão teórico-política a
respeito das políticas de acesso à educação superior no contexto nacional, em que a
educação é elencada como um bem econômico e uma estratégia para minimizar a
pobreza e o desemprego, reduzindo desigualdades. A reforma do aparelho estatal a
partir da década de 1990 impacta na redefinição do papel da educação superior.
Nesse sentido, aborda-se os reflexos dessa nova racionalidade do Estado atrelada a
„‟nova‟‟ lógica do capital financeiro na educação superior, em que é rejuvenescida a
Teoria do Capital Humano destacando a Educação como uma solução quase
mágica para os problemas das desigualdades. Paradoxalmente, desse
direcionamento nascem as políticas educacionais de expansão do ensino superior,
ao mesmo tempo em que a luta pela democratização faz-se presente na perspectiva
de corrigir a elitização histórica do ensino superior no Brasil. Toma-se por referência
uma leitura das determinações históricas, sócio-políticas e econômicas
contemporâneas e procura-se no estudo analisar e problematizar esse processo de
democratização da educação brasileira, que fez ampliar de modo preponderante o
ingresso de estudantes nas universidades, com presença protagônica do privado
sobre o público. Nesse cenário e contexto, PROUNI, REUNI e Enem são
mecanismos impulsionadores colocando-se como desafio a análise sobre esse
processo em Mato Grosso, particularmente sobre a Universidade Federal de Mato
Grosso a fim de apreender como se configura a política de acesso na UFMT, e, por
fim sinaliza como essas atuais políticas tem se desenvolvido para atender a
demanda de jovens estudantes, parte da classe trabalhadora historicamente
excluída desse nível de ensino. Como síntese conclusiva, os dados significativos de
ingresso, matrículas, permanência, entre outros, mostram avanços, mas ainda
distante de conquistar a educação como direito universal, o que confirma o quão a
educação, quando apreendida no plano das determinações e relações sociais e,
portanto, ela mesma constituída e constituinte destas relações, apresenta-se
historicamente como um campo de disputa hegemônica.
Palvra-chave: Educação Superior
EDUCAÇÃO SUPERIOR E ACESSO: ESTUDO SOBRE A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO DE EXPANSÃO
O propósito deste trabalho é apresentar uma reflexão teórico-política a respeito das políticas de acesso à educação superior no contexto nacional, em que a educação é elencada como um bem econômico e uma estratégia para minimizar a pobreza e o desemprego, reduzindo desigualdades. A reforma do aparelho estatal a partir da década de 1990 impacta na redefinição do papel da educação superior. Nesse sentido, aborda-se os reflexos dessa nova racionalidade do Estado atrelada a „‟nova‟‟ lógica do capital financeiro na educação superior, em que é rejuvenescida a Teoria do Capital Humano destacando a Educação como uma solução quase mágica para os problemas das desigualdades. Paradoxalmente, desse direcionamento nascem as políticas educacionais de expansão do ensino superior, ao mesmo tempo em que a luta pela democratização faz-se presente na perspectiva de corrigir a elitização histórica do ensino superior no Brasil. Toma-se por referência uma leitura das determinações históricas, sócio-políticas e econômicas contemporâneas e procura-se no estudo analisar e problematizar esse processo de democratização da educação brasileira, que fez ampliar de modo preponderante o ingresso de estudantes nas universidades, com presença protagônica do privado sobre o público. Nesse cenário e contexto, PROUNI, REUNI e Enem são mecanismos impulsionadores colocando-se como desafio a análise sobre esse processo em Mato Grosso, particularmente sobre a Universidade Federal de Mato Grosso a fim de apreender como se configura a política de acesso na UFMT, e, por fim sinaliza como essas atuais políticas tem se desenvolvido para atender a demanda de jovens estudantes, parte da classe trabalhadora historicamente excluída desse nível de ensino. Como síntese conclusiva, os dados significativos de ingresso, matrículas, permanência, entre outros, mostram avanços, mas ainda distante de conquistar a educação como direito universal, o que confirma o quão a educação, quando apreendida no plano das determinações e relações sociais e, portanto, ela mesma constituída e constituinte destas relações, apresenta-se historicamente como um campo de disputa hegemônica.