Esta dissertação apresenta como objetivo compreender sob quais condições tem se materializado o acesso de estudantes oriundos de escola pública, pretos, pardos, indígenas e pobres na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), considerando-se como marco a aprovação da Lei n.º 12.711/2012, a chamada Lei das Cotas, que instituiu a entrada de estudantes cotistas nas universidades públicas brasileiras. A metodologia de pesquisa utilizada é de natureza quali-quantitativa, caracterizada por uma abordagem avaliativa. Como procedimentos metodológicos utilizou-se da pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental, com base em documentos oficiais para a sistematização dos dados que fundamentaram a análise realizada. Nesta empreitada de estudo, se fez necessário, inicialmente, demarcar como se estrutura a educação no modo de produção capitalista, bem como, apreender as características do ensino superior no Brasil, que carrega um histórico de elitismo. Assim, busca-se entender como a UFMT tem se organizado institucionalmente para responder a esta nova realidade e às novas demandas que se colocaram a partir da aprovação da Política de Cotas. Nesse intuito, construiu-se o perfil socioeconômico dos estudantes ingressantes na universidade no período de 2013 a 2016, de modo a compreender como estão caracterizados estes estudantes além de mapear as ações assistenciais e pedagógicas empreendidas pela instituição para possibilitar condições de permanência. Tais informações correlacionaram-se à análise dos dados referentes ao aproveitamento acadêmico dos estudantes, de modo a problematizar em que medida as ações desenvolvidas na UFMT têm se realizado, na perspectiva de garantir o acesso dos estudantes cotistas à vida acadêmica. Se é verdade que a política de Cotas nas instituições de ensino superior tem se mostrado positiva no caminho da construção e consolidação da democratização deste nível de ensino, também o é que esta nova realidade exigiu das IFES um novo padrão de atendimento aos estudantes, uma nova organização interna em seus mais abrangentes aspectos, de modo a possibilitar condições pedagógicas e assistenciais para atender a demanda deste público, o que pressupõe investimentos financeiros do Estado.
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EDUCAÇÃO SUPERIOR E ACESSO: ESTUDO SOBRE A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO DE EXPANSÃO
O propósito deste trabalho é apresentar uma reflexão teórico-política a
respeito das políticas de acesso à educação superior no contexto nacional, em que a
educação é elencada como um bem econômico e uma estratégia para minimizar a
pobreza e o desemprego, reduzindo desigualdades. A reforma do aparelho estatal a
partir da década de 1990 impacta na redefinição do papel da educação superior.
Nesse sentido, aborda-se os reflexos dessa nova racionalidade do Estado atrelada a
„‟nova‟‟ lógica do capital financeiro na educação superior, em que é rejuvenescida a
Teoria do Capital Humano destacando a Educação como uma solução quase
mágica para os problemas das desigualdades. Paradoxalmente, desse
direcionamento nascem as políticas educacionais de expansão do ensino superior,
ao mesmo tempo em que a luta pela democratização faz-se presente na perspectiva
de corrigir a elitização histórica do ensino superior no Brasil. Toma-se por referência
uma leitura das determinações históricas, sócio-políticas e econômicas
contemporâneas e procura-se no estudo analisar e problematizar esse processo de
democratização da educação brasileira, que fez ampliar de modo preponderante o
ingresso de estudantes nas universidades, com presença protagônica do privado
sobre o público. Nesse cenário e contexto, PROUNI, REUNI e Enem são
mecanismos impulsionadores colocando-se como desafio a análise sobre esse
processo em Mato Grosso, particularmente sobre a Universidade Federal de Mato
Grosso a fim de apreender como se configura a política de acesso na UFMT, e, por
fim sinaliza como essas atuais políticas tem se desenvolvido para atender a
demanda de jovens estudantes, parte da classe trabalhadora historicamente
excluída desse nível de ensino. Como síntese conclusiva, os dados significativos de
ingresso, matrículas, permanência, entre outros, mostram avanços, mas ainda
distante de conquistar a educação como direito universal, o que confirma o quão a
educação, quando apreendida no plano das determinações e relações sociais e,
portanto, ela mesma constituída e constituinte destas relações, apresenta-se
historicamente como um campo de disputa hegemônica.
A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO CICLO CONTEMPORÂNEO DE REFORMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA – DINÂMICA E ALTERAÇÕES
Este estudo toma como quadro analítico as mudanças ocorridas no campo da
educação superior brasileira, a partir dos anos 2000, naquilo que se convencionou
chamar de políticas expansionistas. Desta feita, todo o esforço de pesquisa aqui
empreendido, amparado numa perspectiva crítica, tomou como objeto de estudo a
inserção da Universidade Federal de Mato Grosso no âmbito das políticas
expansionistas, em seu ciclo mais recente, com o objetivo de apresentar e analisar
as alterações em sua dinâmica a partir desta inserção, com destaque às dimensões
do ingresso (ingresso vagas, ingresso, formato seletivo) e permanência
(permanência matrícula, taxa de diplomação, programas de fixação do estudante). A
aproximação com a temática exigiu, de partida, uma imersão na bibliografia
especializada de modo a conferir maior densidade às análises, permitindo, ainda,
um melhor delineamento do objeto de estudo. Outro procedimento metodológico que
cercou a realização desta pesquisa de caráter qualitativo, apoiada em dados
quantitativos envolveu, além do levantamento bibliográfico, a utilização de fontes
documentais. A realização deste estudo buscou dar conta do seguinte
questionamento: as medidas expansionistas mais recentes, adotadas pela UFMT,
têm provocado a tão propalada perda significativa de seu corpo discente? Merece
cautela a análise dos resultados obtidos dada a complexidade que envolve os
processos de ingresso e permanência de estudantes numa instituição de ensino
superior aos quais não pode ser atribuído um único fator que altere sua dinâmica.
EDUCAÇÃO SUPERIOR E ACESSO: ESTUDO SOBRE A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO DE EXPANSÃO
O propósito deste trabalho é apresentar uma reflexão teórico-política a respeito das políticas de acesso à educação superior no contexto nacional, em que a educação é elencada como um bem econômico e uma estratégia para minimizar a pobreza e o desemprego, reduzindo desigualdades. A reforma do aparelho estatal a partir da década de 1990 impacta na redefinição do papel da educação superior. Nesse sentido, aborda-se os reflexos dessa nova racionalidade do Estado atrelada a „‟nova‟‟ lógica do capital financeiro na educação superior, em que é rejuvenescida a Teoria do Capital Humano destacando a Educação como uma solução quase mágica para os problemas das desigualdades. Paradoxalmente, desse direcionamento nascem as políticas educacionais de expansão do ensino superior, ao mesmo tempo em que a luta pela democratização faz-se presente na perspectiva de corrigir a elitização histórica do ensino superior no Brasil. Toma-se por referência uma leitura das determinações históricas, sócio-políticas e econômicas contemporâneas e procura-se no estudo analisar e problematizar esse processo de democratização da educação brasileira, que fez ampliar de modo preponderante o ingresso de estudantes nas universidades, com presença protagônica do privado sobre o público. Nesse cenário e contexto, PROUNI, REUNI e Enem são mecanismos impulsionadores colocando-se como desafio a análise sobre esse processo em Mato Grosso, particularmente sobre a Universidade Federal de Mato Grosso a fim de apreender como se configura a política de acesso na UFMT, e, por fim sinaliza como essas atuais políticas tem se desenvolvido para atender a demanda de jovens estudantes, parte da classe trabalhadora historicamente excluída desse nível de ensino. Como síntese conclusiva, os dados significativos de ingresso, matrículas, permanência, entre outros, mostram avanços, mas ainda distante de conquistar a educação como direito universal, o que confirma o quão a educação, quando apreendida no plano das determinações e relações sociais e, portanto, ela mesma constituída e constituinte destas relações, apresenta-se historicamente como um campo de disputa hegemônica.
A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO CICLO CONTEMPORÂNEO DE REFORMAS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA – DINÂMICA E ALTERAÇÕES
Este estudo toma como quadro analítico as mudanças ocorridas no campo da educação superior brasileira, a partir dos anos 2000, naquilo que se convencionou chamar de políticas expansionistas. Desta feita, todo o esforço de pesquisa aqui empreendido, amparado numa perspectiva crítica, tomou como objeto de estudo a inserção da Universidade Federal de Mato Grosso no âmbito das políticas expansionistas, em seu ciclo mais recente, com o objetivo de apresentar e analisar as alterações em sua dinâmica a partir desta inserção, com destaque às dimensões do ingresso (ingresso vagas, ingresso, formato seletivo) e permanência (permanência matrícula, taxa de diplomação, programas de fixação do estudante). A aproximação com a temática exigiu, de partida, uma imersão na bibliografia especializada de modo a conferir maior densidade às análises, permitindo, ainda, um melhor delineamento do objeto de estudo. Outro procedimento metodológico que cercou a realização desta pesquisa de caráter qualitativo, apoiada em dados quantitativos envolveu, além do levantamento bibliográfico, a utilização de fontes documentais. A realização deste estudo buscou dar conta do seguinte questionamento: as medidas expansionistas mais recentes, adotadas pela UFMT, têm provocado a tão propalada perda significativa de seu corpo discente? Merece cautela a análise dos resultados obtidos dada a complexidade que envolve os processos de ingresso e permanência de estudantes numa instituição de ensino superior aos quais não pode ser atribuído um único fator que altere sua dinâmica.