Esta dissertação tem como finalidade analisar de que forma o Núcleo de Fundamentação do Trabalho profissional – NFTP tem sido trabalhado pelas Unidades de Formação Acadêmica – UFAS presenciais de Mato Grosso, tendo em vista as Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS. Para tal, considerou-se a trajetória histórica do Serviço Social no Brasil de modo a compreender a construção do atual projeto ético-político de profissão e de formação hegemônicos desde os anos de 1980; a contrarreforma do Estado, das políticas sociais e, mais especificamente, da política de educação superior implementada no país pelos governos de orientação neoliberal, a partir de 1990. Quanto à metodologia, o estudo de caráter qualitativo teve como fontes primárias os depoimentos obtidos através de entrevista com oito docentes de quatro Unidades de Formação Acadêmica presenciais de Mato Grosso, e como secundárias, os documentos dos Projetos Pedagógicos – PP dos cursos e a bibliografia consultada. Foi possível perceber que, apesar dos avanços conquistados desde a aprovação do referido documento, em 1996, e do esforço das assistentes sociais envolvidas nos processos de formação, muitas ainda são as dificuldades encontradas para materializar, no cotidiano institucional, as propostas contidas nos PP, que dizem respeito tanto às questões internas de cada UFA: incompreensão da lógica curricular impressa pelas DC de 1996, falta de articulação entre os conteúdos e também entre os docentes e falta de clareza do método crítico-dialético; quanto às questões externas é possível identificar como principais as condições de trabalho cada vez mais flexibilizadas e precarizadas que refletem também a precarização da educação básica e superior. E as mudanças no perfil dos discentes, e dos docentes.
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