A longa presença da Igreja Católica no estado hondurenho é marca da própria organização social desse país, pela intensa e permanente relação com as instâncias de poder do Estado, seu poder ideopolitico pode estar confluindo com o poder em mando, ou ao contrário, sua representação é sentida de forma incisiva nas estruturas de poder em Honduras, ela é uma instituição política e religiosa fundamental para preservação da elite dominadora do país; é o principal estandarte ideológico para a construção do consenso na sociedade, neutralizando os movimentos sociais que lutam pela ampliação e consolidação dos espaços democráticos para a viabilização do Estado do Direito, com uma ação panfletaria de preservação da ordem social. Em vista disso essa relação histórica é trazida à luz por meio dos documentos da Igreja Católica, e de jornais do período selecionado para a pesquisa, procurou-se compreender a ação da Igreja Católica no Golpe de Estado de 2009 em Honduras, focando-se nos parâmetros políticos, econômicos e sociais que determinaram sua ação no processo que culminou na destituição do Presidente Legitimo Manuel Zelaya. A direção dessa avaliação baseou-se na teoria crítica, levando em consideração as particularidades do país, sem desvincula-lo do contexto da América Latina com relação a organização vinculante das economias desse continente e sua relevância para as economias centrais. O direcionamento político da Igreja Católica no processo de dominação da população hondurenha, se realizou mediante uma série de ações orquestradas pela Arquidioceses de Tegucigalpa com a intenção de pacificar o povo, frente à violação democrática imposta pelas organizações políticas de extrema direita. A influência das políticas hegemônicas da Igreja buscou produzir um consenso da ordem social; criando uma naturalização do processo antidemocrático do Golpe de Estado, guiado pelo interesse de manter seus benefícios ligados ao poder que historicamente perpetuados desde a colonização até os dias atuais.
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