Tendo em vista que as letras rap apresentam elementos do cotidiano do povo preto
(pardo) das periferias brasileiras e demonstram os problemas de questões sociais e o
racismo, pesquisa-se sobre as expressões de resistência dos não-brancos a partir de
perspectiva da estética lukacsiana nas letras rap, manifestando-se como uma práxis
artística no Brasil, a fim de analisá-las a partir da estética lukacsiana e enquanto práxis
artística e de resistência de pretos (pardos) no Brasil contemporâneo. Realiza-se, então,
uma análise profunda e dialética do movimento histórico que se apresenta no país,
processo paradoxal e dinâmico. A pesquisa recorre-se a corrente filosófica do
Materialismo Histórico Dialético com intuito de compreender esse complexo panorama
do percurso da concretude da vida. Com o auxílio do arcabouço teórico Marxista, este
estudo utiliza-se da pesquisa bibliográfica, recorrendo a estética em Lukács; dentro dos
estudos de Marx, teoria da dependência, vale-se das categorias Capitalismo Dependente
e Democracia Restrita de Fernandes; ainda se dispôs da crítica à categoria Democracia
Racial e Grupo específico de Moura. Além disso, utiliza-se da pesquisa documental,
fazendo uso das letras rap como uma arte da práxis, que são trazidas para análise de seu
conteúdo, registro histórico de seu tempo, que é a explícita particularidade estética.
Através das letras rap, busca-se demonstrar as expressões do racismo, opressão,
repressão, abismo social, ações antidemocráticas e resistência, sufocando o desejo de
participação popular que aspira envolver-se e usufruir dos processos democráticos. As
manifestações artísticas das letras rap desnudam a desigualdade social presente na
sociedade brasileira, de um lado a população preta (parda) é exposta à oligarquia e
opressão; do outro, a burguesia contrarrevolucionária goza dos privilégios democráticos.
Dissertações