Esta dissertação tem como finalidade analisar de que forma o Núcleo de Fundamentação do Trabalho profissional – NFTP tem sido trabalhado pelas Unidades de Formação Acadêmica – UFAS presenciais de Mato Grosso, tendo em vista as Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social – ABEPSS. Para tal, considerou-se a trajetória histórica do Serviço Social no Brasil de modo a compreender a construção do atual projeto ético-político de profissão e de formação hegemônicos desde os anos de 1980; a contrarreforma do Estado, das políticas sociais e, mais especificamente, da política de educação superior implementada no país pelos governos de orientação neoliberal, a partir de 1990. Quanto à metodologia, o estudo de caráter qualitativo teve como fontes primárias os depoimentos obtidos através de entrevista com oito docentes de quatro Unidades de Formação Acadêmica presenciais de Mato Grosso, e como secundárias, os documentos dos Projetos Pedagógicos – PP dos cursos e a bibliografia consultada. Foi possível perceber que, apesar dos avanços conquistados desde a aprovação do referido documento, em 1996, e do esforço das assistentes sociais envolvidas nos processos de formação, muitas ainda são as dificuldades encontradas para materializar, no cotidiano institucional, as propostas contidas nos PP, que dizem respeito tanto às questões internas de cada UFA: incompreensão da lógica curricular impressa pelas DC de 1996, falta de articulação entre os conteúdos e também entre os docentes e falta de clareza do método crítico-dialético; quanto às questões externas é possível identificar como principais as condições de trabalho cada vez mais flexibilizadas e precarizadas que refletem também a precarização da educação básica e superior. E as mudanças no perfil dos discentes, e dos docentes.
Categoria: 2014
O DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE NO ESTADO DE MATO GROSSO
A Educação Permanente em Saúde é o tema da presente dissertação, que tem como objetivo principal analisar o desenvolvimento da política de Educação Permanente em Saúde no Estado de Mato Grosso, no período de 2003 a 2013, buscando compreender, na perspectiva da totalidade e da historicidade, a Educação Permanente. Realizamos um estudo de natureza qualitativa no qual o instrumento metodológico foi a entrevista semiestruturada, adicionada ao estudo documental que foi realizado junto à Escola de Saúde Pública e à Comissão de Integração Ensino-Serviço (CIES) estadual. Buscou-se entender o movimento da educação e da saúde e a articulação dessas duas políticas públicas no processo de formação dos trabalhadores da saúde. A análise das informações geradas mostrou a descontinuidade no processo do desenvolvimento da política de formação para os trabalhadores da saúde e, principalmente, a priorização de interesses institucionais em detrimento dos processos de construção coletiva de práticas transformadoras. Mostrou-se também como a Educação Permanente em Saúde foi desenvolvida em Mato Grosso, desde a criação do Polo de Formação das equipes do Programa Saúde da Família, passando pelo Polo de Educação Permanente em Saúde, pela criação das CIES regionais, após a portaria GM/MS no 1996/2007, e chegando aos dias atuais, quando a saúde pública sofreu um retrocesso em função da opção do atual governo pela sua privatização. A principal contribuição desse estudo foi o de permitir entender que, desde a sua criação até hoje, a política de formação na saúde tem passado por avanços e retrocessos no Estado, atendendo a correlação de forças que permeia as ações governamentais e fazendo com que ela oscile e se efetive de acordo a vontade política de quem assume a gestão junto à Secretária Estadual de Saúde.
A ATUAÇÃO PROFISSIONAL DO/A ASSISTENTE SOCIAL NO INSTITUTO FEDERAL DE MATO GROSSO – IFMT: DESAFIOS E PARTICULARIDADES DO SERVIÇO SOCIAL NA ÁREA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
O presente trabalho é resultado de pesquisa realizada junto aos assistentes sociais do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT) e teve como objetivo analisar a atuação profissional do/a assistente social desenvolvido no IFMT, de forma a identificar os desafios e as particularidades para atuação do Serviço Social na modalidade de Educação Profissional e Tecnológica (EPT). Os/as profissionais do Serviço Social tem possibilidade de atuar em áreas de grandes complexidades, decorrentes das desigualdades sociais crescentes que perpassam a sociedade na contemporaneidade e retratam a vulnerabilidade a que significativa parcela populacional esta submetida. Dentre os desdobramentos sociais e desafios cotidianos, os/as assistentes sociais, que atuam na área da política educacional, se defrontam, assumem a proposição de vincular a concepção de educação e de sociedade referenciada à construção de uma nova ordem societária. É com essa concepção, que a área da educação, torna-se um importante espaço de atuação dos/as assistentes sociais, à medida que, as expressões da questão social nesse cenário se manifestam em toda sua diversidade. Para a consolidação dessa pesquisa, dentro do universo de 14 (catorze) campi, somente em 12 (doze) possuem assistentes sociais, abarcando o total de profissionais que atuam no Estado de Mato Grosso. No entanto, os sujeitos da pesquisa foram os/as 05 (cinco) profissionais que devolveram o questionário respondido. Este com questões abertas, de forma a possibilitar aos sujeitos da pesquisa, responder de acordo com sua realidade profissional. Assim, reconhece-se que o Serviço Social deve se inserir de forma mais ampla e efetiva na EPT, aprofundando as relações dentro desse espaço contraditório, visando compreender a dinâmica dessa instituição, para posteriormente desenvolver trabalhos em conjunto, dirigido a ampliação e conquista dos direitos sociais e educacionais, de suma importância para a atuação do/a assistente social.
EDUCAÇÃO SUPERIOR E ACESSO: ESTUDO SOBRE A UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO NO CONTEXTO CONTEMPORÂNEO DE EXPANSÃO
O propósito deste trabalho é apresentar uma reflexão teórico-política a respeito das políticas de acesso à educação superior no contexto nacional, em que a educação é elencada como um bem econômico e uma estratégia para minimizar a pobreza e o desemprego, reduzindo desigualdades. A reforma do aparelho estatal a partir da década de 1990 impacta na redefinição do papel da educação superior. Nesse sentido, aborda-se os reflexos dessa nova racionalidade do Estado atrelada a „‟nova‟‟ lógica do capital financeiro na educação superior, em que é rejuvenescida a Teoria do Capital Humano destacando a Educação como uma solução quase mágica para os problemas das desigualdades. Paradoxalmente, desse direcionamento nascem as políticas educacionais de expansão do ensino superior, ao mesmo tempo em que a luta pela democratização faz-se presente na perspectiva de corrigir a elitização histórica do ensino superior no Brasil. Toma-se por referência uma leitura das determinações históricas, sócio-políticas e econômicas contemporâneas e procura-se no estudo analisar e problematizar esse processo de democratização da educação brasileira, que fez ampliar de modo preponderante o ingresso de estudantes nas universidades, com presença protagônica do privado sobre o público. Nesse cenário e contexto, PROUNI, REUNI e Enem são mecanismos impulsionadores colocando-se como desafio a análise sobre esse processo em Mato Grosso, particularmente sobre a Universidade Federal de Mato Grosso a fim de apreender como se configura a política de acesso na UFMT, e, por fim sinaliza como essas atuais políticas tem se desenvolvido para atender a demanda de jovens estudantes, parte da classe trabalhadora historicamente excluída desse nível de ensino. Como síntese conclusiva, os dados significativos de ingresso, matrículas, permanência, entre outros, mostram avanços, mas ainda distante de conquistar a educação como direito universal, o que confirma o quão a educação, quando apreendida no plano das determinações e relações sociais e, portanto, ela mesma constituída e constituinte destas relações, apresenta-se historicamente como um campo de disputa hegemônica.
COOPERATIVISMO: Uma Análise comparativa entre a perspectiva de Marx e a proposta do MST
O presente trabalho constitui-se numa análise comparativa entre cooperativismo na perspectiva de Marx e a proposta desenvolvida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST. Os objetivos são: contextualizar a formação, organização e estruturação do MST à partir do método e teoria de Marx, analisar o cooperativismo e suas concepções contraditórias, bem como, a estruturação da proposta teórica do MST e como se dá sua aplicação na prática, visando ao final compará-la com a perspectiva de Marx. Para tanto, desenvolvemos uma ampla pesquisa bibliográfica e também de campo, visando compreender a proposta do movimento na teoria e na prática. Identificamos que a estruturação e a formação do movimento se deram conforme os postulados do método e em alguns pontos da teoria marxiana e que sua organização e expansão pelo Brasil ocorreram entre 1979 aos dias atuais, em meio às dificuldades e ambiguidades próprias do sistema capitalista de produção. Procuramos demonstrar algumas concepções e um pouco da história do cooperativismo, dentre as quais, as visões que enxergam no cooperativismo uma via para se chegar ao socialismo, a qual foi contraposta por concepções que consideram-no como um instrumento para precarização do trabalho. Realizamos uma análise da proposta teórica e prática do MST, através de uma ampla revisão bibliográfica e também uma pesquisa de campo em um assentamento em Mato Grosso e em duas cooperativas em Santa Catarina. Ao final desenvolvemos uma análise comparativa entre a concepção e a perspectiva de Marx sobre o cooperativismo e as confrontamos com o modelo do MST, onde constatamos que esse último foge aos postulados do autor.